A noite caiu nas terras do sul com o seu manto negro, no céu nuvens sombrias e escuras encobriam as estrelas e a lua. Hanna foi aos aposentos de Agatha levar uma sopa para ela se alimentar, já que mal comera ao meio dia e não colocará nada no estômago desde aquele horario.Como previra ela não estava em seu quarto, sabia muito bem onde ela estaria, num lugar isolado onde seu pai nunca imaginaria encontra-la, apenas ela sabia o esconderijo, era o segredo das duas. Hanna então se dirigiu para fora do iponente quarto e foi em direção a ala oeste. Um breu atingiu a região subiu um pequeno lance de escadas e prossegui em frente, aquela era uma ala que não era utilizada a mais de 200 anos.Subiu outro lance de escadas ao final do corredor era uma escadaria escura e sombria, que levava a uma torre muito alta que antigamente servia de calabulso para as jovens rebeldes, mas que há muitos e muitos anos não era usado, transformando-se numa éspecie de porão cheio de velharias e coisas antigas dos antepassados da familia Dowton. Hanna adentrou o recinto silenciosamente, ao seu redor movéis quebrados e antigos, quadros amoltuados no seu lado esquerdo, estatuas e vasos de porcelana por toda a parte. Escuridão total e um vento frio, mas Hanna prosseguiu em frente, andou uns metros a mais quando alcançou a estatua em tamanho de uma pessoa de Afrodite ela virou a esquerda e avistou a siluenta de sua criança.
E lá sentada a janela com seu vestido rosa claro, e cabelos castanhos soltos ao sabor vento estava ela, Agatha, ainda com os olhos vermelhos de tanto chorar, suspirava e estava olhando para o norte, lugar onde seu futuro noivo e marido morava. Alexander Cartyllo, “ afinal...” pensou ela “não pode ser pior com o que eu imagino... Talves eu consiga fazer ele mudar... é talvez faça ele se apaixonar por mim e a ser fiel a mim...”, ela sacodiu a cabeça com a tolice que havia pensando. “Não! Nunca , Alexander continuaria a ter todas as mulheres que desejar em sua cama, e eu não posso mudar isso”, pensou Agatha com certo desânimo. Mal notou sua ama se aproximar dela, silenciosamente, ficou a uma distâcia, onde sua criança não se assustaria.
- Agatha meu bem. – falou Hanna com a maior doçura se aproximando dela e subindo um pequeno degrau até ficar um pouco abaixo de sua criança. E afagar-lhe o rosto como fazia quando ela era menor.
- Ah, Hanna, meu futuro é desolador... – Falou Agatha com desanimo na voz e as lágrimas a querer fugir-lhe dos olhos novamente . – Papai não mais me escuta, ele se afastou de mim e hoje ele me bateu...
- Eu sei minha criança. – Hanna sabia que em certo ponto seu senhor estava certo, mas achava injusto casar Agatha com o homem que ela mais odiava. Se ele soubesse... – Mas você o desafiou hoje Agatha, seu pai não sabe o que Alexander fez a minha menina em seu primeiro baile...
- Sim eu sei, odeio Alexander depois de me esnobar na frente daquelas mulheres e me rejeitar daquele jeito Hanna, jurei nunca mais cruzar o caminho dele... o Velho duque, seu pai, era mais cortês e dançou novamente comigo aquela valsa em que Alexander me deixou no salão vazio rindo de mim...
- Minha menina passou-se muito tempo, dizem que ele mudou muito, quem saiba ele não se arrependera disso querida? – Hanna estava tentando convece-la a ver as coisas por um outro ângulo.
- Sim talvez! Mas mesmo assim, não há mais nada que eu possa fazer, a não ser ceder... – Agatha estava tão desanimada com a possibilidade desse casamento, mas não teria mais forças para lutar contra seu pai. Hoje tivera a prova da força e de como será se o desafia-lo novamente.
- Você é forte irá doma-lo ao seu favor Agatha!
- Sim talvez... – Agatha sempre se sentia melhor com as palavras de sua ama – Hanna comunique meu pai que eu irei aceitar o casamento de bom grado... – “Talvez ainda consiga fazer Alexander a voltar atrás...” completou Agatha em pensamento, ela não era de desistir assim, não poderia lutar contra o pai, mas lutaria com toda alma contra Alexander.
- É o melhor que você pode fazer, não foi nada sábio enfrentar seu pai hoje. Ele sempre fez todos seus caprichos e ficou muito triste por você não obedece-lo. Estamos prestes a entrar em guerra e seu pai tem medo de que algo de ruim lhe aconteça, por isso está querendo casa-la com o Duque de Cartyllo. Dizem que ele se tornou um homem bastante influente na corte, o Rei confia plenamente nele.
- Sim eu sei, me arrpendo profundamente de desafiar meu pai... Mas ainda sim há tantos homens influentes para mim me casar e papai me joga para Alexander... – Agatha sabia que a ama tinha razão, mas ela não ia digerir esse casamento assim... – Mas não há mais ameaça de guerra Hanna, apenas os ataques de lobos...
- Deixe os homens com suas guerras, segundo ouvi seu pai essa manhã, as ameaças deram uma acalmada ao saberem que Alexander estar por vir, para selar seu noivado com você... Seu pai teme que algo ruim lhe aconteça minha filha... – Hanna queria de uma vez por todas apaziguar aquele situação entre os dois – Seu pai é um grande General, nunca discuta com ele esses assuntos... seu pai sabe o que faz Agatha.
Agatha sabia que em parte era isso mas no seu intimo algo dizia que tinha algo a mais. Então ela desceu da janela e abraçou sua ama o mais forte que pode, ficaram assim por um bom tempo. Ela podia sentir o carinho de mãe, que perdera a muito tempo. Hanna sempre a convencia, era a única que ela baixava a guarda além de seu pai.
- Vamos minha criança, trouxe para você um prato de sopa. Precisa se alimentar e descansar bastante.
- Sim Hanna vamos...
Agatha seguiu sua ama pelos corredores frios, sentiu que aquela noite seria muito fria.Entraram nos aposentos de Agatha, Hanna a fez sentar numa mesinha que ficava perto da janela da varanda e a fez comer a sopa fria,sua pequena criança crescera e amadureceria muito mais rápido daqui por diante. Enquanto comia Agatha admirava a força do vento lá fora e as trovoadas que caiam aqui e ali, ela sentia a energia da mãe-natureza lá fora e sentia que por ventura ela as vezes era assim, imprevissivel como uma tempestade. Após o jantar ela deixou-se levar a sala de banho onde sua ama a banhou e logo depois a colocou para dormir como fazia quando ela era uma criança. Agatha adormeceu logo após a saida de sua ama, adormeceu com os pensamentos tristes dos últimos acontecimentos.
...
Alexander estava na janela do seu escritório admirando a bela tempestade que caia lá fora, ele estava ancioso por rever Agatha, será que ela continuava com aquele espirito fogoso e tempestuoso de quando a conhecera em seu primeiro baile? Ele se envergonhava tanto de te-lâ esnobado e a deixado no meio do salão, mas o espirito irônico da jovem o deixou fora de si, ela era encantadora, mas era perigosamente desafiadora. Sim perigosamente bela, desafiadora, mas ele admira esse tipo de comportamento. Era o sonho de seu falecido pai casa-lo com a filha do General Dowton, segundo ele a jovem era perfeita para ele. Ela envolvia o mistério e a ousadia em uma mulher, sabia ser dócil como sabia ser rebelde, o velho Duque dissera várias vezes que ele mesmo era assim, mas Alexander discordava plenamente. Sempre conseguiu tudo que queria, ganhou todas as batalhas que se envolveu, conquistou a confiança do Rei, tem todas as mulheres que desejar em suas mãos, tem o respeito dos aliandos e o medo dos inimigos. O que mais ele pode querer? Nada ele já tem tudo, menos o amor de uma bela mulher. Alexander riu amor, ele nem sabia o que era isso, tinha medo de perder sua liberdade num casamento sem sentido, com a mulher mais desafiadora e rebelde que já conheceu, Agatha Dowton tão bela quanto as flores, tão perigosa quanto sua espada.
No outro lado do aposento uma porta se abria e Alexander voltou sua atenção na mulher que adentrava o salão. Os anos pareciam não ter afetado Margarythe Cartyllo, continuava bela como sempre fora com seus cabelos negros preso num elaborado coque e seu vestido vermelho vinho com babados negros. Se aproximava lentamente do seu único filho, sabia o quanto aquele casamento não o estava agradando, só não entendia o por que dele aceita-lo.
- Meu querido pensei que estivesse ocupado com seu noivado, pensei que iria para a corte comprar um presente para sua futura noiva. – Margarythe mal reconhecia o rapaz louro parado a janela com um porte arrogante.
- Partirei amanhã bem cedo minha mãe, comprarei um presente especial para uma noiva especial. – Ele estava sendo irônico com a mãe.
- Se não queres se casar com Agatha Dowton, por que aceitou a proposta de seu pai? – Margarythe se aproximou mais do filho o abraçando por trás. – Por que se prender nesse casamento? O que o General Dowton lhe ofereceu além da mão de sua filha?
- Nada mais do que eu já lhe disse... – Alexander se desvencilhou dos braços da mãe e caminhava até a porta do salão que servia como escritório.
- Alexander – Ela girou para encarar o filho, que agora estava lhe olhando.
- Sim minha mãe? – Ele não poderia contar-lhe que esse noivado era uma forma de se desculpar com Agatha e talvez arranjar alguém apropriado para ele, mas nada mais do que isso.
- Eu sei que esse era o desejo de seu pai meu filho – Em parte Margarythe tinha razão, mas no seu intimo ela sabia que o amor jamais tomaria conta do coração de seu filho. Ah sim ela também amou uma vez, amou profundamente um homem, mas isso faz muito tempo. – Mas... – ela exitou um pouco mas preferiu falar o que tanto lhe fazia mal – não magoa essa moça, ela parece ser uma boa pessoa por trás de toda aquela rebeldia e coragem, eu tenho profundo respeito por ela... – uma pontada de inveja também, pensou Margarythe – ela apenas quer seguir o caminho dela sem ser mandada ou ter alguém que lhe diga o que fazer...
- Levarei em conta isso... Mas eu não voltarei atrás. Como papai disse ela é a mulher ideal para mim – Alexander odiava ser contestado, ainda mais pela mãe. Ele abriu a porta e antes de sair se despediu da mãe – Boa Noite Duquesa, quando eu retornar será para “nós” irmos ao “meu” noivado...
Ele saiu deixando a velha Duquesa sem reação, o que acontecera com seu menino? Se não fosse por sua experiencia ela julgaria Agatha, mas sabes que a menina quer apenas ser independente. Mas como ser independente em um lugar como aquele? Agatha era conhecida por sua beleza e rebeldia, mas ela mesma tivera várias oportunidades de conversar com a moça, quando acompanhava o marido as visitas as terras do sul. Sabia que ela era uma moça adoravel, digna de um colecionador, mas ela era o que parte de Margarythe queria ser e nunca fora. Agatha representava a coragem que ela queria ter muitos anos atrás e nunca teve. Ainda ressentida com o filho Margarythe rumou para seus aposentos, onde tentaria durmir e esquecer aquele lampejo do passado que queria vir a tona.
Desculpe a demora meus amores é que tava muito corrido essa semana... Fiquei sem net também
mas aqui está a 2ª parte do capitulo I, prometo agora pegar leve com a Agatha hehehe fui meio cruel com ela, apartir de agora começa uns mistérios na trama... leiam e descubram...
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